Furto de Flor
Drumond de Andrade
Furtei uma flor daquele jardim. O porteiro do edifício cochilava e eu furtei a
flor.
Trouxe-a para casa e coloquei-a no copo com água. Logo
senti que ela não estava feliz. O copo destina-se a beber, e flor não é para
ser bebida.
Passei-a para o vaso, e notei que ela me agradecia,
revelando melhor sua delicada composição. Quantas novidades há numa flor, se a
contemplarmos bem.
Sendo autor do furto, eu assumira a obrigação de
conservá-la. Renovei a água do vaso, mas a flor empalidecia. Temi por sua vida.
Não adiantava restituí-la ao jardim. Nem apelar para o médico de flores. Eu a
furtara, eu a via morrer.
Já murcha, e com a cor particular da morte, peguei-a
docemente e fui depositá-la no jardim onde desabrochara. O porteiro estava
atento e repreendeu-me:
_ Que idéia a sua, vir jogar lixo de sua casa neste
jardim!
(Contos Plausíveis. RJ, José Olympio)
SUGESTÃO DE
ATIVIDADES:
INTERPRETAÇÃO:
1- Leitura oral
2- Dar os sinônimos de – furtar – restituir – contemplar;
3- Quais as personagens do texto?
4- Quando e onde o fato aconteceu?
5- O que aconteceu?
6- Numerar as linhas do textos e destacar equilíbrio,
desequilíbrio e novamente equilíbrio;
7- Destacar do texto: situação – complicação – clímax –
desfecho;
8- Comentar as atitudes do porteiro e de quem depositou a
flor no jardim.
9- O autor do furto arrependeu-se? Exemplifique.
10- Qual a cor da morte?
11- Como uma flor demonstra sua felicidade?
12- De que forma uma flor pode agradecer?
13- Que novidades você pode encontrar numa flor?
GRAMÁTICA:
1- Conjugue os verbos furtar, assumir e desabrochar no
pretérito mais-que-perfeito;
2- No presente do indicativo os verbos: haver – sentir –
temer
3- Os verbos: colocar – ir – cochilar no pretérito
perfeito do indicativo;
IDENTIFIQUE PESSOA,
TEMPO E MODO VERBAL:
1- Eu a furtara.
2- O porteiro estava
atento e repreendeu-me.
3- Que idéia a sua de jogar
lixo de sua casa neste jardim?
4- Passei-a
para o vaso.
ANALISE AS FUNÇÕES
SINTÁTICAS DAS PALAVRAS DESTACADAS:
1- Notei que ela me
agradecia.
2- Passei-a
para o vaso.
3- Ela não
estava feliz.
4- O porteiro
estava atento.
IDENTIFIQUE A
METONÍMIA DA FRASE:
1- O copo destina-se a beber.
QUESTÃO 01: Leia o texto a seguir:
FURTO DE FLOR
Furtei uma
flor daquele jardim. O porteiro do edifício cochilava, e eu furtei a flor.
Trouxe-a
para casa e coloquei-a no copo com água. Logo senti que ela
não estava feliz. O copo destina
a beber e flor não é para ser bebida. Passei-a para o vaso e
notei que ela me agrade
revelando melhor sua delicada composição. Quantas novidades
há numa flor se a contemplar
bem. Sendo autor do furto, eu assumira a obrigação de
conservá-la. Renovei a água do va
mas a flor empalidecia. Temi por sua vida. Não adiantava
restituí-la ao jardim. Nem apelar par
médico de flores. Eu a furtara, eu a via morrer. Já murcha,
e com a cor particular da mo
peguei-a docemente e fui depositá-la no jardim onde
desabrochara. O porteiro estava atent
repreendeu-me:
– Que idéia a
sua, vir jogar lixo de sua casa neste jardim!
Carlos Drummond de Andrade. Contos plausíveis. RJ, José Olympio, 1985. p
Leia as
afirmativas abaixo e coloque V para VERDADEIRO ou F para FALSO e em segu
assinale a alternativa que representa a sequência correta.
( ) O texto Furto de
Flor é predominantemente narrativo.
( ) O autor ao longo
do texto vai construindo um misto de narrativa e texto subjetivo.
( ) O autor usou a 1ª pessoa para, supostamente,
aproximar-se do personagem da narrativa.
( ) Apenas pela
leitura do título do texto, pode-se afirmar que o texto é narrativo.
a) ( ) VVFF
b) ( ) VFFV
c) ( ) VFVF
d) ( ) FVFF
QUESTÃO 02: Leia as afirmativas abaixo e coloque V para
VERDADEIRO ou F para FALS
em seguida assinale a alternativa que representa a seqüência
CORRETA.
( ) O autor parece supor que no copo a flor não estava
satisfeita, pois ela poderia se sentir
amedrontada, uma vez que corria o risco de ser bebida.
( ) Ao longo do texto, o personagem vai gradativamente
buscando manter a flor viva, mas nã
feliz no seu intento, pois a retirou de seu habitat natural.
( ) Segundo o texto de Drummond, a condição para haver novidade
numa flor, sem agredi-la,
apenas admirá-la.
a) ( ) Somente o item II é falso.
b) ( ) Os itens II e III são falsos.
c) ( ) Todos os itens são verdadeiros.
d)
( )
Somente os itens II e III são verdadeiros.
FURTO DE FLOR
Furtei uma flor daquele jardim. O
porteiro do edifício cochilava, e eu furtei a flor.
Trouxe-a para a casa e
coloquei-a no copo com água. Logo senti que ela não estava feliz. O copo
destina-se a beber, e flor não é para ser bebida.
Passei-a para o vaso, e notei que
ela me agradecia, revelando melhor sua delicada composição. Quantas novidades
há numa flor, se a contemplarmos bem.
Sendo autor do furto, eu assumira
a obrigação de conservá-la. Renovei a água do vaso, mas a flor empalidecia.
Temi por sua vida. Não adiantava restituí-la ao jardim. Nem apelar para o
médico das flores. Eu a furtara eu a via morrer.
Já murcha, e com a cor particular
da morte, peguei-a docemente e fui depositá-la no jardim onde desabrochara. O
porteiro estava atento e repreendeu-me:
— Que ideia a sua, vir jogar lixo
de sua casa neste jardim!
ANDRADE, Carlos Drummond de. Contos Plausíveis. Rio de Janeiro: José Olympio, 1985, p.80.
Questões textuais
1. O narrador nutre pela flor um sentimento de respeito,
ternura e consideração. Que atitudes dele comprovam isso?
2. "Eu a furtara,
eu a via morrer". Que sentimentos negativos o narrador deixa
transparecer com a repetição da palavra "eu"
nessa frase?
3. Releia este trecho:
"Já murcha, e com a cor particular da morte, peguei-a docemente e
fui depositá-la no jardim onde desabrochara "
a. Que palavras e expressões foram usadas para dizer
que a flor já não tinha mais vida?
b. O que sugere o gesto do narrador ao recolocar a flor no
jardim?
4. O narrador usou a expressão "depositar a flor".
Que palavras o porteiro usou para referir-se a esse gesto? O que sugere cada
uma das expressões?
5. A censura do porteiro proporciona uma continuidade ao tom
melancólico da narrativa ou provoca um ruptura? Explique.
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1. O texto acima foi escrito por Carlos Drummond de Andrade, um dos nomes mais célebres da literatura nacional. O gênero do texto é considerado crônica porque:
a) é um gênero jornalístico que apresenta como objetivo principal informar à população.
b) tem caráter educativo e ao final traz um ensinamento, fazendo analogia com o cotidiano.
c) narra um fato do cotidiano com uma linguagem simples e um tema relacionado à vida urbana.
d) consiste em uma narração sobre um fato ou acontecimento marcante da vida de uma pessoa.
2. O fato que dá origem a narrativa é:
a) o cochilo do porteiro.
b) o furto de uma flor.
c) a infelicidade da flor.
d) a atenção do porteiro.
3. Na frase: “O porteiro do edifício cochilava e eu furtei a flor.”, a palavra grifada “e” indica ideia de:
a) tempo.
b) causa.
c) adição.
d) intensidade.
4. O texto revela a história de um homem que decide levar para casa uma flor de um jardim. Logo depois, percebe que a flor não está feliz e isso resulta em tomada de decisões. Ao observar o desencadeamento das ideias do texto, é possível concluir que o tema geral da crônica pode ser definido como:
a) efemeridade da vida.
b) desapontamento profissional.
c) liberdade para ser feliz.
d) decepções amorosas.
5. A personificação é uma figura de linguagem utilizada para atribuir sensações e sentimentos humanos aos objetos inanimados. O trecho abaixo que é possível identificar um exemplo de personificação é:
a) “O porteiro do edifício cochilava...”
b) “... e coloquei-a no copo com água.”
c) “Quantas novidades há numa flor...”
d) “Logo senti que ela não estava feliz.”
6. O trecho abaixo cuja palavra grifada estabelece ideia condicional é:
a) “... se a contemplarmos bem.”
b) “... e flor não é para ser bebida.”
c) “Já murcha, e com a cor particular da morte...”
d) “mas a flor empalidecia.”
7. Há uma opinião em:
a) “Temi por sua vida.”
b) “Eu a furtara, eu a via morrer.”
c) “... e flor não é para ser bebida.”
d) “... eu assumira a obrigação de conservá-la.”
8. A que ou a quem se refere o pronome destacado no trecho: “... a obrigação de conservá-la.”?
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9. Sobre o texto, é FALSO concluir que:
a) No final do texto, a atitude do porteiro foi técnica e funcional.
b) O narrador-personagem experimenta diversos sentimentos após o furto.
c) A atitude do porteiro no final deixou o narrador-personagem enraivecido.
d) Foram muitas as tentativas de ajudar a flor, mas todas foram sem sucesso.
10. Leia as frases abaixo retiradas do texto:
Temi por sua vida.
Não adiantava restituí-la ao jardim.
Os sentimentos transmitidos pelo narrador-personagem nas frases acima são, respectivamente:
a) ansiedade e revolta.
b) angústia e frustração.
c) tristeza e regozijo.
d) exultação e aflição.
11. O fato de apanhar uma flor parece corriqueiro na cultura brasileira. Em sua opinião, qual o motivo que leva as pessoas a furtarem flores?
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12. Retire do texto uma palavra que significa:
a) germinara: ______________________
b) desvanecer: _____________________
c) afetuosa: _______________________
d) gomil: __________________________
e) comprometimento: ________________
f) entulho: _________________________
GABARITO
1C / 2B / 3C / 4A / 5D / 6A / 7C / 8. A flor. / 9C / 10B / 11. Resposta Pessoal. (Professor, comente com seus alunos que tal atitude é ilícita, mesmo que tenha uma finalidade plausível. Mostre que há uma lei que diz: "destruir, danificar, lesar ou maltratar, por qualquer modo ou meio, plantas de ornamentação de logradouros públicos ou em propriedade alheia" pode render detenção de três meses a um ano e/ou multa. Caso seja um crime culposo, em que o canteiro foi destruído sem intenção, a pena é de um a seis meses ou multa.) / 12. a) desabrochara, b) empalidecia, c) delicada, d) vaso, e) obrigação, f) lixo.
Atividade retirada do site https://www.tudosaladeaula.com/2021/10/atividade-portugues-cronica-furto-de-flor-89ano.html